quinta-feira, 16 de abril de 2009

Golpe: Venda de automóvel

No decorrer destes últimos três anos, na cidade de Joinville, o Ministério Público deu início a 269 processos criminais por golpes praticados contra cidadãos e cidadãs desta cidade.

Embora o número seja expressivo, sabe-se que apenas um pequeno percentual dos golpes tem a autoria desvendada, ou seja, o número de estelionatos praticados ultrapassa em muito a quantidade de processos criminais iniciados pelo Ministério Público.  

Portanto, como poucas vítimas recuperam seu patrimônio e como nem todos os réus acabam atrás das grades, o melhor caminho para se evitar o prejuízo é o conhecimento de como os golpes acontecem e preveni-los o quanto possível.

Assim pensando, passamos a divulgar alguns dos golpes mais comuns já denunciados pela 1ª Promotoria de Justiça de Joinville e outros que podem ser verificados em nossa cidade.

VENDA DE AUTOMÓVEL


Alguns golpes que envolvem venda com veículos são comuns no Brasil e Joinville não está  fora deste contexto. 

O mais freqüente é a venda de veículo inexistente. De regra o roteiro é o seguinte:

- o golpista (aqui normalmente são quadrilhas organizadas que agem) coloca anúncio em jornal de circulação local;

- o anúncio apresenta veículos zero quilômetro com preço pouco abaixo do preço de mercado, um telefone celular para contato e condições de financiamento bastante favoráveis;

- motivada pela diferença de preço entre o veículo anunciado e o da concessionária, a vítima efetua a ligação. Inicialmente é muito bem atendido, sendo esclarecidas todas as dúvidas da vítima, inclusive com a informação de que o preço menor se dá pela negociação direta com a fábrica e devido aos poucos gastos com burocracia, mas que o negócio é seguro. 

- Como a suposta loja de veículos é em outra cidade, em um primeiro momento os golpistas pedem cópias dos documentos da vítima e um pequeno depósito (em torno de cem a duzentos reais) para dar início ao trâmite junto à fábrica. A vítima então vai ao banco e deposita o valor pedido na conta informada. Aqui o principal ato de convencimento dos golpistas, a conta é de fato da fábrica do automóvel adquirido (GM, FORD, FIAT, WOLKSWAGEN, etc), portanto a vítima se convence que a compra e venda é séria. 

- ato contínuo a vítima recebe alguns documentos (proposta de compra, nota de saída da fábrica, etc,) todos com timbre da fábrica (todos falsos), então pede-se o depósito da entrada, valores que giram em torno de R$ 5.000,00 a R$ 20.000,00 (os valores variam em cada caso);

- a vítima já confiando no negócio efetua o depósito que desta vez é de conta diversa daquela em que efetuou o primeiro depósito;

- a vítima então recebe uma cópia da nota fiscal (via faz normalmente) e aguarda o prazo fornecido (em torno de uma semana) para a entrega do veículo. Como este não é entregue a vítima entra novamente em contato com os “vendedores” que afirmam que a fábrica apenas irá liberar o veículo mediante pagamento de mais uma parte (desta vez o valor é menor e gira em torno de R$ 1.000,00 a R$ 3.000,00) e então a vítima, para não perder o negócio efetua novo depósito;

- o veículo novamente não é entregue e então a vítima tenta entrar em contato com os golpistas, no que não tem nenhum sucesso, os telefones são desligados, o dinheiro já foi todo sacado da conta bancária (normalmente aberta com documentos falsos ou documentos de vítimas anteriores de furto ou de extravio) e nenhum dos endereços fornecidos é verdadeiro. 

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