FIQUE ATENTO:
No decorrer destes últimos três anos, na cidade de Joinville, o Ministério Público deu início a 269 processos criminais por golpes praticados contra cidadãos e cidadãs desta cidade.
Embora o número seja expressivo, sabe-se que apenas um pequeno percentual dos golpes tem a autoria desvendada, ou seja, o número de estelionatos praticados ultrapassa em muito a quantidade de processos criminais iniciados pelo Ministério Público.
Portanto, como poucas vítimas recuperam seu patrimônio e como nem todos os réus acabam atrás das grades, o melhor caminho para se evitar o prejuízo é o conhecimento de como os golpes acontecem e preveni-los o quanto possível.
Assim pensando, passamos a divulgar alguns dos golpes mais comuns já denunciados pela 1ª Promotoria de Justiça de Joinville e outros que podem ser encontrados em nossa cidade.
GOLPE DO BILHETE PREMIADO
Talvez um dos mais antigos golpes e que ainda insiste em fazer vítimas, estas movidas pela possibilidade do ganho fácil.
Contanto, muito embora fique a impressão de que a vítima foi enganada apenas pela ganância, o início do golpe leva em conta justamente o contrário, ou seja, a generosidade, a vontade de ajudar.
Salvo pequenas variações, o golpe segue o seguinte roteiro:
Um dos golpistas (vamos chamá-lo de “A”), com vestimentas e vocabulário que demonstra ser pessoa bastante simples, se dirige à vítima para pedir informação de endereço de agência bancária. A vítima dá a informação e então o golpista mostra o bilhete que, segundo lhe informaram, seria premiado.
Neste meio tempo um segundo golpista (vamos chamá-lo de “B”) aparece no local e se interessa pela conversa. Neste momento o golpista “A” pede mais um favor às duas pessoas que já estão generosamente lhe ajudando (vítima e golpista B), pede para que confiram se de fato o bilhete é premiado. O golpista “B” então afirma que conhece alguém da Caixa Econômica e que isto é fácil de verificar, faz então uma ligação (que certamente não é para a Caixa Econômica) e, ou confirma que o bilhete é premiado, ou então dá uma desculpa qualquer e passa o aparelho celular para a vítima que então conversa com a pessoa que está do outro lado da linha (outro golpista) que vai confirmar que o bilhete é premiado, inclusive dizendo qual o valor do prêmio.
Convencida a vítima que o bilhete é premiado, o golpista “A” afirma que não está acostumado com bancos, que é analfabeto, que não precisa muito dinheiro para viver, que esqueceu os documentos e não pode tirar o prêmio, que o único ônibus para sua casa está por sair e uma série de desculpas e acaba propondo aos seus ajudadores (vítima e golpista “B”) que comprem o bilhete premiado por uma parte de seu valor.
Então o golpista “B” aceita prontamente a oferta, mas afirma que não terá todo o valor, e então se a vítima caiu na conversa, achando estar fazendo um bom negócio e que irá ganhar alguns milhares de reais, aceita a proposta de dividirem a soma de dinheiro, vai ao banco (o golpe sempre é praticado próximo de alguma agência bancária que a vítima tenha saído recentemente) reúne rapidamente suas economias ou então pede emprestado de parentes e repassa para o golpista “A” metade do valor pedido, o golpista “B” também apresenta metade do valor.
Saem então vítima e golpista “B” com o bilhete premiado, sendo que ao chegarem na Caixa Econômica Federal o golpista “B” permite que a vítima entre na agência sozinha para que faça o resgate do valor.
Uma vez no banco a vítima então se dará conta de que caiu no golpe do bilhete premiado e possivelmente nunca mais verá qualquer dos golpistas.
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